São Paulo
Programa Viola Caipira proporciona criação de orquestra, resgate da cultura regional e amizade entre os participantes

Formada há um ano, orquestra é composta de alunos de Piraju, Timburi e Taguaí
Por: Senar-SP
Fonte: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP
Pertencimento, fortalecimento de elementos históricos, resgate cultural, expressão artística, esses são alguns dos benefícios experimentados pelos participantes do Programa Viola Caipira do Senar-SP nos municípios de Piraju, Timburi e Taguaí, que desde ano ado têm se apresentado na recém-formada Orquestra de Violeiros.
O trabalho de formação da orquestra e instrução de alunos é do timburiense Márcio Rodrigues, músico de formação e maestro, que tem nos vários instrumentos musicais que domina paixão justamente pela viola caipira.
“Este é meu quarto ano como instrutor do Senar-SP e é incrível o impacto e a transformação que temos presenciado. Em um ano de atuação da orquestra temos reunidas pessoas de diferentes culturas, costumes, origens, que se juntam para falar um mesmo idioma digamos assim: tocar viola caipira e cantar músicas caipiras tradicionais”, explica.
Márcio diz que o mérito do curso vai muito além das aulas e das apresentações — que hoje, inclusive, conta com a participação de seu pai e seu filho. Segundo ele, “é o resgate cultural e o ‘ser caipira’ que se destacam e são reconhecidos não somente pelos participantes, mas por seus parentes, amigos e pelas pessoas que assistem as apresentações da orquestra”. Sem contar ainda os benefícios sociais e de saúde.
Sobre esses dois aspectos que o digam Cidinha Furlan, moradora de Piraju, que ouviu de Ademir Furlan, representante da maçonaria e um dos maiores incentivadores e idealizadores do resgate da viola e da criação da orquestra, a seguinte resposta sobre quem poderia participar: “pessoas dos 8 aos 88 anos”. [Lembrado que para realização do Programa do Senar-SP a idade mínima é de 12 anos.] Ela, que completará 80 em julho, respondeu para si: “Tô dentro!”
“A viola caipira mudou tudo em minha vida. No curso, como agora nos ensaios, encontrei amizade e um carinho honesto junto aos outros participantes”, explica. Quatro anos atrás, ela caiu e fraturou o fêmur. Hoje utiliza uma bengala como auxílio para se locomover.
Ela conta que, entre outras coisas, o contato com a viola fez com que parasse de tomar antidepressivo. “Eu poderia ficar em casa, como muitas pessoas. Mas me senti atraída pelo curso. A viola, hoje, é minha razão de viver e minha cura ”, resume.
Sua presença na orquestra se fez sentida por outras pessoas. Uma delas foi sua nora que lhe pediu uma viola — e, claro, foi presenteada. Outra foi após uma apresentação em Taguaí, quando uma pessoa se aproximou e lhe disse que pretendia fazer o curso após vê-la tocando.
“O o à música, tendo em vista que para muitos, é a primeira oportunidade de contato com essa arte de forma prática e ível. Durante o Programa é possível notar o desenvolvimento pessoal, possibilitando ganho de autoestima, disciplina, e expressão artística”, diz Luiz Otávio Motta, presidente do Sindicato Rural de Piraju.
Ele destaca que o programa estimula o sentimento de pertencimento, perceptível nas turmas e desde a formação da orquestra, com alunos dos três municípios.
“Quando o maestro Márcio assumiu as aulas de Viola Caipira em Taguaí, Piraju e Timburi houve a oportunidade de formar a Orquestra de Viola Caipira, através, inclusive, da boa relação entre os sindicatos, realizando atividades em conjunto”, explica Gilmar de Mello, presidente do Sindicato Rural de Taguaí.
“Trata-se de uma atividade rica, que resgata as tradições caipiras e que por onde a é reconhecida, principalmente por ter em sua formação jovens a partir de 14 anos, conseguindo, até mesmo, unir várias gerações.”